Todos conhecemos essa história… No mundo da tecnologia, estamos acostumados a ver hypes surgindo e indo embora, de repente surge uma nova onda que todo mundo fala, criam-se livros, viram pautas em eventos, surge um grande case numa empresa famosa no vale no silício, e todo mundo tenta copiar e “criar uma situação” para aplicar aquilo mesmo quando não faz sentido algum no seu contexto e na sua empresa, gerando uma grande dor de cabeça e custos desnecessários.

Lendo último relatório Radar da Thoughworks, 2 itens me surpreenderam “Big Data envy” & “High Performance Envy”.

Pense em Big Data, por exemplo. É impressionante a evolução que tivemos, a quantidade de ferramentas, inclusive muitas open-source para se resolver problemas que envolvem grande volumes de dados.

Nesse sentido, hypes assim são fantásticos!

Mas… O problema começa quando as pessoas começam a querer usar simplesmente para não ficar de fora dessa onda, e então começam a inventar cenários para aplicar ferramentas de Big Data em situações que uma simples consulta num banco de dados relacional resolveria com mais simplicidade, elegância e eficiência.

Usam a tecnologia não por necessidade, mas por inveja corporativa.

CIOs compram soluções não porque vai agregar valor, mas porque não quer ficar de fora…

“Amigão, você não é a Google…”

Se você está trabalhando apenas na casa dos milhares de registros num banco de dados, você muito provavelmente não precisa de BigData”.  Se trabalha com tecnologia, você deve que estudar isso, você precisa saber como funciona, precisa saber aplicar.

Mas não tente forçar o uso disso na sua empresa se ela não precisa…

“Amigão, você não é a Netflix…”

O mesmo fenômeno acaba acontecendo com Microservices e Soluções para High Performance Computing (HPC), por exemplo.

De novo, são tecnologias fantásticas, que eu mesmo gosto bastante e sei do potencial que elas tem e dos diversos benefícios diretos e indiretos em muitos cenários, não só de performance, escalabilidade, mas também do ponto de vista de divisão de responsabilidades em equipes.

Mas… O problema é quando a gente vê engenheiros de software querendo trabalhar com Microservices, pra dar uma de Netflix, na hora de criar uma uma aplicação Web pequena para 500 usuários simultâneos, gerando um custo dezenas de vezes maior do que fazer uma simples aplicação RubyOnRails que resolveria o problema de forma muito mais rápida e eficiente.

Esse problema não é hoje, lembre-se nas centenas de milhares de dólares jogados fora com SOAP, e com ESB, bancos de dados orientados à objetos, ferramentas CASE, “You Name It”...  De novo, são tecnologias fantásticas, mas quantos casos de projetos que aplicaram essa tecnologias só para acompanhar a nova onda?

Quando a onda passa fica só aquilo que realmente vale a pena! E toda a comunidade amadurece e evolui!

Fique Ligado!

Estude sempre!

Não deixe de acompanhar o que acontece no mundo da tecnologia..

Desculpe-me pelas propositais provações, mas acho que vale a pena para sua reflexão!

Mas antes de usar uma tecnologia na sua empresa, entenda o custo/benefício, e pense se aquela tecnologia realmente faz sentido para resolver o seu problema, no seu cenário e no contexto da sua empresa. Se fizer sentido. Ótimo, mande bala. Se não fizer, segure-se. Mesmo sendo apaixonado pelas últimas novidades da tecnologia, você só deve utilizar-las em seus projetos quando forem estratégias para sua organização.

Isso é maturidade profissional!

Referências no Radar da Thoughtworks

https://www.thoughtworks.com/radar/techniques/microservice-envy

https://www.thoughtworks.com/radar/techniques/high-performance-envy-web-scale-envy

https://www.thoughtworks.com/radar/techniques/big-data-envy